quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Não

E, de repente, chegaste. Louca; as tuas formas femininas são esboços divinos repletos de maresia. O teu brilho fulmina-me, não posso evadir-me na escuridão do pensamento para mais claramente te encontrar.
Luminosa, fustigante… Quem és tu? A que flor pertences? Como explicas todo o bucolismo que dentro de mim emerge? Suores frios perturbam-me, porém embalados pela ternura do lado esquerdo do meu peito.
Anjo mau! O que queres? Liberto-me na mais pura imensidão de mim e um ruidoso vento de folhas soltas impele-me para a descoberta de ti.
Lenta faísca brotando das tuas janelas que contemplam o mundo; deixa-me conhecer a tua casa, ser tu por um instante, pavonear-me com acessórios femininos. Amo a excentricidade das Vénus.
Mas…subtil transparência a tua, emigração lunar. Vais-te? Não me queres?
Fica. Gosto de anjos andantes, que atropelam vidas, sentem e inalam odores ardentes. Mas não…Oh!, dolorosa despedida, fugaz desaparecimento!
Volta. Não?...Se és assim morre…cada morte me liberta um pouco mais da solidão.

1 comentário:

  1. adorei :) tens esses textos escondidos e n os mostras ao mundo.. pobre mundo :(
    estava a ver que nunca mais vinha um texto novo ;)

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